Falaste em medo, que tinhas medo das minhas reacções, que te assustava.
Foi duro de ouvir, como muitas coisas ultimamente, mas também, como quase tudo, é mais uma coisa "resolvi" cá dentro.
A minha cabeça é assim, um problema é para resolver, não se desiste e se é para morrer é com as botas calçadas a caminho de um lugar qualquer.
Nestes ultimos tempos então isto tem sido mais verdade que nunca, enfrentei muitos dos meus medos, fantasmas, pesadelos... tudo, tudo junto. Nada me deteve, nenhum dos meus medos.
Agora assusto-te... não sei que te diga, penso que é uma projecção tua de tempos passados, que não gostas do que tenho para te dizer... o que fôr. Olho para isso e penso, como sempre, que é algo que se resolve, só que de repente lá estou eu outra vez... esse é um problema teu, para tu resolveres.
O Artur, chamo os meus medos pelo nome , é teu "amigo" é proximo, gostas dele mesmo que seja só, tal como dizes, uma "amizade" é algo com que vivo todos os dias, é algo que está "resolvido", cá dentro, mas não está esquecido. Já disseste, e repetiste, que se não tivesse sabido que nada se teria passado, e que já estaria esquecido. Teria sido melhor uma mentira, dizes tu. O que me garante que hoje não estejas a mentir para me poupar neste caso ou noutros... como acreditar em ti, em nós, nisto tudo. Isto é medo.
Tudo se manteve como era antes na tua vida, nada mudou no teu caminho. No meu mudou, algumas coisas para melhor outras para pior. Senti muitas coisas neste ultimos tempos, vi o meu mundo cair para não mais se levantar, o que se levantou é um outro...
Estou cansado, mas não digo mais nada... já não tenho paciência em me posso ouvir queixar. Sinto saudades que gostem de mim tal como sou, não sou facil, nem bonito nem muitas coisas mas também quero ser feliz, só isso.
Nesta embrulhada toda houve muita coisa que veio ao de cima, coisas boas e coisas más. Das más quero distancia, distancia essa que tu não vais dar, e aqui reside um problema, a amizade é, de facto, um posto e eu tenho que viver com isso, ou não. Não pensei que a nossa, de 15 anos, valesse o que vale e isto tem-me feito pensar.
É estranha esta sensação de estar no fim da lista depois de tantos anos.
Não, não estou a dizer isto para te magoar é só que preciso de me deixar de me magoar a mim.
Uma mentira não é melhor que uma verdade, ou ao contrario, o que é mesmo melhor é ser feliz.
Não sei se fui corajoso ou só estupido, tentei... fiz o melhor que soube e pude.
Amo-te MUITO.
O que tenho para te dizer é que no fim , no fim de tudo, sinto-me vazio e um bocado sozinho. É um mundo novo o meu e ainda tenho de aprender a viver nele.